Não existe ninguém neste mundo que não tenha
passado por momentos de dores insuportáveis. Estou a falar de dores que estão
bem dentro de nós. São dores que os outros não conseguem ver, mas estão lá. São
dores que por vezes são tão indomáveis que passam a algo bem pior. Dores que se
transformam em depressões. Sim, porque enquanto dói não é assim tão grave. Mas
quando a dor permanece sem se curar na totalidade torna-se dormente, silenciosa
e por vezes pode tornar-se fatal.
É importante investirmos na cura das nossas dores.
Dizem que o tempo cura tudo, mas eu não sou da mesma opinião. O tempo pode
ajudar a fazer com que as dores diminuam, mas estas não desaparecem de todo.
Permanecem «esquecidas» por momentos, mas quando voltam a prenunciar-se, não
perdoam. Elas estão de volta e parece que doem a dobrar. A dor torna-se mais
intensa por cada vez que adormece e acorda.
Afinal de contas, o simples ato de curar não quer
dizer que a dor nunca existiu. Significa apenas que os danos provenientes dessa
dor não nos controlam mais.
O primeiro passo é reconhecer que algo não está
bem. Que esta dor não pode permanecer, não pode simplesmente tomar conta de nós
e das nossas vidas.
O que é que pode ajudar o processo de cura? O
sistema de saúde indica que drogas e terapia são fundamentais. Mas pondo estes
dois de lado? O que é que mais pode agilizar este processo?
1)
Sê tu mesmo.
Como assim, ser eu mesmo? Tu tens que ser tu e mais
ninguém. Pede aquilo que tu queres, partilha as tuas opiniões, luta pelos teus
valores, usa as roupas e as cores que tu gostas. Come aquilo que tu queres, diz
aquilo que tens a dizer. Sermos nós mesmos, é um passo gigante.
2)
Ama e permite que os outros te amem.
Faz parte da nossa natureza de por vezes querermos
estar sós. No entanto nós somos seres sociáveis e está provado que nos sentimos
mais felizes, e melhores quando estamos rodeados de pessoas que amamos. Temos a
necessidade de sermos individuais, mas também temos que nos relacionar com os
outros.
3)
Controla a tua mente.
Nada nos traz mais danos emocionais do que os
pensamentos que por vezes correm dentro das nossas mentes. Temos que aprender a
identificar os pensamentos que não nos servem, que não são bons nem necessários
e substitui-los por pensamentos mais positivos e úteis.
4)
Investe no poder da escrita.
Sim. O poder da escrita é mais que fenomenal.
Quando não sabemos o que fazer ou como lidar com certas situações, por vezes o
simples ato de por palavras em papel pode ajudar significativamente. Quando não
nos apetece falar ou mesmo porque somos tímidos e não sabemos como nos expressar
então podemos refugiarmo-nos na escrita. A página de um caderno ou mesmo diário
acaba por ser um depósito onde colocamos todos as nossas dores, os nossos
medos. Mas não tem que ser apenas um depósito deprimente. Também podemos lá
colocar a esperança e memórias que valem apena imortalizar no papel.
Aliás para os mais descrentes, está provado através
de pesquisas que escrever sobre os nossos problemas e tudo aquilo que nos
aflige, aumenta não só o nosso sistema imunitário, mas também a nossa saúde
mental.
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