Porque afinal de contas, tentar é melhor do que não tentar.

Acordo todos os dias com o coração pesado. A dor de te perder acompanha-me todos os momentos do meu dia. Arrasto-me da cama para o duche. Arrasto-me do duche e obrigo-me a vestir. Tomo o pequeno almoço porque sim. A comida nem sabe a nada. O mais difícil é sair de casa. O ter que lidar com o grupo de amigos que partilhávamos. Sorrisos e gargalhadas forçadas. É cansativo… ter que estar sempre a fingir que está tudo bem. Mas não me deixo descair. Eu estou bem. Eu estou bem. Repito isto vez sem conta na minha cabeça. Pode ser que um dia eu acredite na minha própria mentira.

Não é a dor de te ter perdido que corre nas minhas veias. Não. A dor que corre dentro de mim é o fato de tu nunca te teres apercebido que tudo o que eu estava a tentar fazer… era amar-te.

A culpa não é tua. Como poderias saber? Como poderias adivinhar? Não. A culpa é minha. Eu fui a única tem que viver com este arrependimento de não ter dado voz àquelas palavras que estão para sempre cravadas no meu coração.

Se eu pudesse voltar atrás, se por um milagre conseguisse fazer com que o tempo voltasse atrás eu faria tudo diferente. Eu dir-te-ia – aliás eu gritava – berrava – todas aquelas palavras que nunca consegui dizer. E talvez isso mudaria tudo. Talvez eu acordasse todos os dias com o coração leve. Talvez eu estivesse verdadeiramente bem porque tinha o conhecimento que eu tentei.

Porque afinal de contas, tentar é melhor do que não tentar. Tentar e falhar é algo com que todos nós conseguimos viver. Mas não tentar… a dor de não saber o que poderia ter sido, a dor de não saber o quanto isso poderia ter mudado as nossas vidas… essa dor é a pior das dores que eu já senti.

Portanto… mesmo que nunca leias estas palavras…

Eu amo-te.